quarta-feira, 6 de maio de 2015

MAIO COM MARIA: Dia 06 - ​Maria não pode deixar de amar-nos

Virgem María e Jesús com santos. Miguel Cabrera 1750

Se, pois, Maria é nossa Mãe, consideremos quanto ela nos ama. O amor dos pais para com os filhos é um amor necessário. E esta é a razão, adverte S. Tomás, por que, pondo a divina lei preceito aos filhos​ de amarem os pais, não pôs preceito expresso aos pais de amarem os filhos. Pois o amor aos próprios filhos é amor com tanta força imposto pela mesma natureza, que as mesmas feras mais cruéis, como disse S. Ambrósio, não podem deixar de amá-los.

Contam os naturalistas que até o tigre, ouvindo a voz dos filhos capturados pelos caçadores, se lança ao mar e vai nadando até ao navio em que os levam. Se, pois, diz nossa Mãe terníssima, nem os próprios tigres se esquecem de sua prole, como poderei eu esquecer-me de meus filhos? "Pode acaso uma mulher esquecer sua criança de braço, de sorte que não tenha compaixão do filho de suas entranhas? Mas se ela a esquecer, eu todavia não me esquecerei de ti" (Is 49, 15). E se em algum tempo, continua a Virgem, por impossível se desse o caso de uma mãe se esquecer de um filho, não é possível que eu cesse de amar uma alma, de quem sou Mãe.

Maria é nossa Mãe, não carnal, mas de amor. Eu sou a Mãe do belo amor (Eclo 24, 24). Tão somente o amor que nos tem é que a faz ser nossa Mãe. Por isso a Virgem ufana-se, diz certo autor, de ser Mãe do belo amor, porque é toda caridade para conosco, por ela aceitos como filhos. E quem poderá algum dia descrever o amor que consagra a nós, miseráveis? Haroldo de Chartres diz que a Virgem, na morte de Jesus, ardentemente desejava imolar-se com o Filho por nosso amor. Ao mesmo tempo que o Filho agonizava na cruz, ajunta por isso S. Ambrósio, a Mãe se oferecia aos algozes para dar a vida por nós.

*Grifos meus.


(Livro: Glórias de Maria - Santo Afonso Maria de Ligório)
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