quinta-feira, 10 de maio de 2018

Prática da virtude da ORAÇÃO


Para uma perfeita oração três coisas te são necessárias


1) A primeira é que, quanto te entregares à oração, com o corpo e o coração levantado, e com os sentidos fechados, reflitas, sem ruído, com um coração amargurado e contrito sobre todas as tuas misérias, isto é, sobre as presentes, passadas e futuras.

Diz Santo Isidoro: "Quando, em oração, nos achamos diante de Deus, devemos gemer e chorar, recordando quão grave é o que cometemos, quão duros os suplícios do Inferno que tememos." Essas pungentes meditações devem formar o princípio da tua oração.


2)  É necessário na oração a ação de graças, isto é, que com toda a humildade dê graças a seu Criador pelos benefícios recebidos e ainda a receber.

Tal ação de graças, feita na oração, é sobremodo útil, nem tem valor, sem ela, qualquer oração. Pois "a ingratidão, como diz São Bernardo, é um vento ardente que seca a fonte da piedade, o orvalho da misericórdia e os rios da graça."


3) Exige-se que teu espírito não pense durante a oração, em outra coisa senão naquilo que oras. 

Seria muito inconveniente falar alguém a Deus com a boca e se ocupar com outra coisa no coração; dirigir, por assim dizer, a metade do coração ao Céu e reter a outra metade na terra.

Semelhante oração jamais será atendida pelo Senhor. 

Deve, pois, a serva de Deus, no tempo da oração, afastar o seu coração de todos os cuidados exteriores, de todos os desejos mundanos e de todas as afeições carnais, dirigi-lo ao seu íntimo e levantar todo o coração e toda a alma somente Àquele a quem dirige a sua oração."


Excerto do livro "A direção da alma e a vida perfeita"
São Boaventura

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